sábado, 28 de agosto de 2010

Acordar

Chegam as sombras ao cais de meu amor.
Tudo nublado a escorrer minhas emoções,
Tão distintas de tudo.
Ontem eu sabia que num vaso de flores havia um perfume,
Ontem eu busquei minhas cores e as pus em seus devidos lugares
Ontem eu nem sabia que estava sob as sombras, em meu cais.

Onde tudo foi parar, não é digno de ciência humana.
Houve zunidos infinitos onde os montes se calam.
Uma fúria temerosa e horrores indizíveis
Já sabiam eles que os ventos sempre mudam seus rumos
Sempre abalam pilastras mal fincadas na terra.

E onde eu quero chegar não há vielas para me guiar
No sonho não havia paixão, cores ou mesmo perfume
Só me restavam o vislumbre do que eu não alcançaria nunca.

Meu desejo se tornou forte e a dor me fez ruir.
Foram-se os aromas e os lírios,
Os rios e seus caudalosos braços sem fim,
Meus pés surgiram e eu nunca mais dormi novamente.

E não só as flores sumiram
As lágrimas secaram junto com toda a dor!!

domingo, 8 de agosto de 2010

Nosso caminho é assim

Diversos olhares focam um só destino, planejam o mesmo caminho e buscam apenas isso.
Cegamente!
Há uma vida diferente lá fora e ela não espera que ninguém a siga.
Anda de mãos dadas com o tempo e não tem tempo para esperar por quem quer que seja.

Árvores a passar, desfocadas.
Nos olhos a lágrima perdida;
Nossas pernas, que se cansam mas não se rendem, continuam a nos levar por aí.

Um temor incompreensível de passagem pelo coração.
Que sofre, e clama por angústia.

Nosso amor que não quer companhia.
Nosso amor, apenas nosso.
Nosso amor próprio.

O mesmo que nos encaminhará para o nosso caminho.
Que pode não ser o mais comum,
Mas será só nosso
Nosso caminho próprio.

Marcos Diego Correia