sábado, 17 de novembro de 2007

O destemido

E deu-se mais um caso na terra sem reis. O primeiro-ministro, que não é bobo, meteu a mão na coroa e a tornou sua. Promovendo terror por onde passa, ele não sabe o que é medo, faz das sua apenas por prazer e acha q todos querem ver seu sorriso macabro, e seu olhos a brilharem de alegria com toda a festa, que sendo vista, acabou por se tornar um espetáculo da vida.
Esqueceram apenas de contar pra ele que o mundo não pertence a um só, mas sim á todos, e isso é sagrado. Então, corrompendo ele com os valores e direitos morais dos espectadores acabou por ter em seu destino severas torturas. Uma delas foi a de amar sem ver seu amor. Neste espaço de tempo ele só sabia que amava, mas o que é amar? Questionava-se ele; quero algo pra mim, não sei o que, mas quero, e isso tem que ser meu o mais breve possível. Gritos ecoaram ao serem ditas estas palavras, o povo, feliz com a tortura, prestigiava tudo como se visse a volta do Cristo, e não se calavam perante tanta felicidade. O pobre homem, que por instantes fora rei, choramingava feito criança querendo saber a quem ou a quê se destinava o amor, e até mesmo na imensa dúvida do que é amar. Mas o que é mesmo amar? É querer sem saber o porque, é desejar sem saber por onde começar, criar forças para gritar em meio a estranhos que ter alguém ou algo ao lado é mais sagrado que presenciar o nascimento do segundo filho bastardo do ser criador, é trazer para si o maior tormento de todos. Tratar por "meu" aquele(a) que nunca fora visto(a) antes.

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