JEITO DE POETA
Servir de garçom não condiz com a realidade de quem quer viver com arte. Mas poetas não são garçons? Sim, são mesmo. Servem a quem pode ler, o prazer de sonhar em cores o que só ele pode ver. Diz aos cegos onde pisar num caminho sem chão; não canta para os surdos palavras sem acento e nem mesmo palavrão, correm de trás para frente sem olhar para os lados lendo, re-lendo e cuspindo recados.
Fitam o horizonte vertical com a calma de jacaré boiador, que de malgrado ataca sua presa no silêncio e sem dor. Vasculha as profundezas do espírito com aspirador de sentimentos e curiosidade de cientista mal-amado. Opera ditados como quem faz churrasco, quando ta chegando o ponto grita logo: “tira da brasa que ta assado”.
Ri das desgraças dos pobres de sentimentos porque esses não sabem admitir nada, e no lugar do coração tem um tijolo de cerâmica fria e desalmada. Raçinha sem dó essa dos poetas, acham sempre que são sinceros, mas Pessoa já avisara descontente: “Fingem tão completamente, que chegam a fingir que é dor a dor que deveras sentem.”
domingo, 30 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
O morbido e triste eu...
O mórbido e triste eu...
Como posso dizer ao amor
O sopro de dor que no coração carrego?
Moribundo, arrastado, nesse corpo devorador.
Marchando para a morte – o aconchego.
Não quero mais em teus olhos ver jorrar
Lágrimas que te feri; sonhos a te quebrar.
Noites acesas; o teu corpo cansar.
Enxergar algo ruim vindo me derrotar.
Aprendi quanto o teu beijo desejo.
Quanto o teu cheiro me enfeitiça.
Quanto o meu peito clama, Rainha!
Perdoe-me pelos meus erros, tão embriagados.
Perdoe-me por não dizer o que há em meu coração.
Perdoe-me por não ter expressado, de certo, a minha paixão.
( Ismael Júnior, 08/11/2005).
Como posso dizer ao amor
O sopro de dor que no coração carrego?
Moribundo, arrastado, nesse corpo devorador.
Marchando para a morte – o aconchego.
Não quero mais em teus olhos ver jorrar
Lágrimas que te feri; sonhos a te quebrar.
Noites acesas; o teu corpo cansar.
Enxergar algo ruim vindo me derrotar.
Aprendi quanto o teu beijo desejo.
Quanto o teu cheiro me enfeitiça.
Quanto o meu peito clama, Rainha!
Perdoe-me pelos meus erros, tão embriagados.
Perdoe-me por não dizer o que há em meu coração.
Perdoe-me por não ter expressado, de certo, a minha paixão.
( Ismael Júnior, 08/11/2005).
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Oh! Que triste esse coração meu.
Por motivo não sei, por natureza, talvez.
Vendo por uma amargura quase demolidora,
Sob pena de um demasiado fundo de desesperança.
Sendo apenas a lembrança do abominável escurecer,
Que envolve as amalgamas do pesar atrócito.
Do pensamento mórbido dissolvido no calor da lua,
Ou na frieza da escuridão. Tanta sordidez...
Vai! Vai batendo os passos a estalos abomináveis,
Mas como marca passo, arca até a ferida,
Onde no seu movimento acelera a decadência do ser,
Simplesmente por natureza viva; morta; mortiz;
Atroz; sórdido; pelos tantos meios o coração não teria
Discernimento capaz de avassalar até mesmo
O sentimento de dor; por ser maior e demonstrar,
Mesmo na solidão, a unidade não ultrapassa
A palidez da batida dolorosa que poderia passar
O corpo em que esse coração tenta a todas as noites
Estourar os limites da batida que a dor possa carregar.
(Ismael Júnior, 21/06/08).
Por motivo não sei, por natureza, talvez.
Vendo por uma amargura quase demolidora,
Sob pena de um demasiado fundo de desesperança.
Sendo apenas a lembrança do abominável escurecer,
Que envolve as amalgamas do pesar atrócito.
Do pensamento mórbido dissolvido no calor da lua,
Ou na frieza da escuridão. Tanta sordidez...
Vai! Vai batendo os passos a estalos abomináveis,
Mas como marca passo, arca até a ferida,
Onde no seu movimento acelera a decadência do ser,
Simplesmente por natureza viva; morta; mortiz;
Atroz; sórdido; pelos tantos meios o coração não teria
Discernimento capaz de avassalar até mesmo
O sentimento de dor; por ser maior e demonstrar,
Mesmo na solidão, a unidade não ultrapassa
A palidez da batida dolorosa que poderia passar
O corpo em que esse coração tenta a todas as noites
Estourar os limites da batida que a dor possa carregar.
(Ismael Júnior, 21/06/08).
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Sentenças
“Do tempo em que andei gritando de dor,
Meu coração esvaneceu-se na solidão,
Minha mente sucumbiu à tristeza e morri cravado ao chão.”
Pensamentos fugiram; minha visão? Ah, meus meus olhos banharam-se com o negrume do esquecimento. Já disseram que os poetas, assim como os mortos, enxergam no escuro, mas nunca falaram que esses, deferente daqueles, morrem por um sentimento; por um abandono.
“ Meus gritos nunca foram ouvidos, já meus sussurros páiram no tempo como se fossem as propriedades eternas da matéria.”
Pútrido!
Corri meus olhos pelo fim, lá só encontrei o imenso abismo que dá no Nada. Afinal de contas, o Nada é fim de alguma coisa? Há limites para o Nada? Honestamente, no fim deveria haver uma prateleira, assim como nos super-mercados. Nessa prateleira ficaria exposto tudo aquilo que poderíamos escolher para vivermos nossa eternidade. Só seremos eternos apartir do momento em que criarmos conciência de que no fim só há o Nada. É impossível passar do Nada para alguma coisa, afinal de contas o Nada está no limite do fim.
Deixo bem claro aqui, que fui até o Nada e comprovei que ao contrário do fim o Nada não tem limite, mas delimita seu antecessor.
SENTENÇAS
Limite do fim? Nada!
Fim do nada? ...
Meu coração esvaneceu-se na solidão,
Minha mente sucumbiu à tristeza e morri cravado ao chão.”
Pensamentos fugiram; minha visão? Ah, meus meus olhos banharam-se com o negrume do esquecimento. Já disseram que os poetas, assim como os mortos, enxergam no escuro, mas nunca falaram que esses, deferente daqueles, morrem por um sentimento; por um abandono.
“ Meus gritos nunca foram ouvidos, já meus sussurros páiram no tempo como se fossem as propriedades eternas da matéria.”
Pútrido!
Corri meus olhos pelo fim, lá só encontrei o imenso abismo que dá no Nada. Afinal de contas, o Nada é fim de alguma coisa? Há limites para o Nada? Honestamente, no fim deveria haver uma prateleira, assim como nos super-mercados. Nessa prateleira ficaria exposto tudo aquilo que poderíamos escolher para vivermos nossa eternidade. Só seremos eternos apartir do momento em que criarmos conciência de que no fim só há o Nada. É impossível passar do Nada para alguma coisa, afinal de contas o Nada está no limite do fim.
Deixo bem claro aqui, que fui até o Nada e comprovei que ao contrário do fim o Nada não tem limite, mas delimita seu antecessor.
SENTENÇAS
Limite do fim? Nada!
Fim do nada? ...
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