segunda-feira, 27 de junho de 2011

Palavras despretensiosas

Uma das coisas que eu mais queria na vida
Era perder a minha pretensão!

Eu queria ... Eu queria...
Eu queria...

Porque não me bastam simples desejos?
Andar na rua e não querer nada mais além disso
Buscar simplesmente meu básico modo de viver
E não querer nada mais além disso

Percebo, a cada passo dado, que os desejos são oferecidos.
O meu por exemplo não recordo de um nascimento espontâneo.

O segredo é cegar-se!

Lembro da minha vontade em ter o mundo nas mãos
Lembro também de quando descobri que não haveria tanta felicidade na vida.
Sequer obtive ainda o certificado de posse do nariz e já não pretendo tê-lo.

O mundo é belo, feios são os desejos que destroem tudo que nasceu por nascer!
Certo dia ainda irei, apenas, contar as gotas de chuva que batem na minha janela
Chorarei com a cabeça encostada ao vidro, enquanto o ônibus cruza a cidade

Mas nunca, nunca mesmo, esquecerei a dignidade da minha conformidade recém nascida.

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