Era perder a minha pretensão!
Eu queria ... Eu queria...
Eu queria...
Porque não me bastam simples desejos?
Andar na rua e não querer nada mais além disso
Buscar simplesmente meu básico modo de viver
E não querer nada mais além disso
Percebo, a cada passo dado, que os desejos são oferecidos.
O meu por exemplo não recordo de um nascimento espontâneo.
O segredo é cegar-se!
Lembro da minha vontade em ter o mundo nas mãos
Lembro também de quando descobri que não haveria tanta felicidade na vida.
Sequer obtive ainda o certificado de posse do nariz e já não pretendo tê-lo.
O mundo é belo, feios são os desejos que destroem tudo que nasceu por nascer!
Certo dia ainda irei, apenas, contar as gotas de chuva que batem na minha janela
Chorarei com a cabeça encostada ao vidro, enquanto o ônibus cruza a cidade
Mas nunca, nunca mesmo, esquecerei a dignidade da minha conformidade recém nascida.